quinta-feira, agosto 12, 2010

Under The Sun (Resenha)

Under The Sun (Cyrus Sutton, 2009)

Cyrus Sutton é desses talentos que aparecem de tempos em tempos para mostrar que é possivel surfar bem, filmar e editar filmes com a mesma classe e conhecimento de causa.
Quando apareceu em cena com seu primeiro filme Riding Waves, Cyrus ja apontava para uma cultura de surfe bem superior aos garotos da sua idade. Os principais surfistas do seu filme era um Rob Machado recem saído do tour e John Peck, coroa maluco-beleza que continua com seu estilo hippie desde os anos 70.
Cyrus é um amante dos contrastes entre a cultura do passado e do presente.
Under the sun mostra justamente isso, uma comparação entre as duas comunidades do Gold Coast australiano que se opõem, Coolangata e Byron Bay.
Enquanto Byron é mostrada como uma cidade que prefere a vida natural e os soul-surfers, Coolangata tem vocação para industria, competição e excessiva promoção.
As sessões de surfe são maravilhosamente filmadas, Rasta em picos desconhecidos na Australia e Indonesia, Dingo e Mick em casa, imagens do Nat Young e Rabbit no auge e nos dias atuais.
Muito bem editado, grafismos de bom gosto e humor e com excelentes entrevistas, Cyrus vai desenhando um pouco do que ele julga ser o grande ying e yang do surfe.
A trilha faz parte dum acordo feito com a gravadora independente Ubiquity, talvez a mais bacana de todas que ja se envolveram com filmes de surfe, tem de Shawn Lee e sua Ping Pong Orchestra, AfroDizziac e outros pedaços de funk modernos com pezinho nos anos 70, como seu filme.


Under The Sun (2009)
Direção - Cyrus Sutton
Trilha Sonora - Shawn Lee and The Ping Pong Orchestra, Afro Dizzi Act, Band of Frequencies e Low Pressure Sound System
Porque assistir - Rasta na Indonesia, Trilha formidavel e até uma historia por tras interessante, pedir o que mais ?
Não deixe de convidar - Os coroas e aquele amigo seu que acha que sabe tudo de surfe.


7 comentários:

  1. belissimo.

    muito interessante também rotular o rasta, que é um tremendo surfista e um sujeito interessante, como um hibrido entre ambos.

    tenho certeza que ele entende a fina linha por onde se equilibra, tal qual o frances que atravessou no arame as torres gemeas.

    me parece que trata-se de um sujeito realmente autentico e engajado, adaptando-se a um modelo industrial, pra torná-lo menos huntington agressor.

    porém, entende e sabe que nao há preocupação e comprometimento reais da industria, afinal um básico exemplo é a falta completa de interesse em levar adiante as tecnologias de fibras ecologicas, amplamente aceitas, para manter a ladainha da high performance ou da necessidade de mudança lenta da industria para se adequar aos padrões sustentáveis.
    honestamente, só um surfista de academia pode engolir essas bermudas hyperfuck achando que vai surfar como o roberto milk.

    certamente o rasta enxerga isso, e deve reconhecer esse conflito, mas como boa parte dos sujeitos de alma, sabe que a briga é boa, e vai ter que ser disputada remada a remada.

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  2. ducarai, inclusive o comenteario acima

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  3. Anônimo12:19 PM

    Já eu vejo o rasta como mais um produto:

    Soul surfer sabor suave.

    Eu não arrisco julga-lo pessoalmente já que nunca parei para conversar com ele. Como pessoa, deve ser um cara bacana.

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  4. é realmente não tem como julgar. Mas o filme é bom pra cace...t

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  5. exatamente, anonimo.

    o cara é etiquetado como surfista de alma com bolinho no chá das cinco.

    meu ponto é que imagino que ele saiba disso. daí o conflito, já que está longe de ser uma postura ideal e acredito que ele tem medo de banalizar sua conduta e os assuntos que defende.
    Porém o cara também sabe que não há outro caminho viável, ao menos aparente, e briga com o que lhe é alcancável.

    e só fiquei no trêiler. nada que o santo peer-to-peer nao resolva.

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  6. henriqe vasquez3:13 PM

    Sou o anonimo.

    Po, concordo 100% contigo. Nessas linhas tenues, só ser pragmático, profissionail e jogar com o time que temos.

    Na questão da sustentabilidade que você coloca por exemplo: Dentro da realidade corporativa e acadêmica, vejo um monte de baboseiras, inverdades e produtos disfarçados de "boa ação"... ainda assim boa parte disto é um começo, e por mais que os diretores sejam caras iluminados, vão ter que vender.


    abracci

    Hvasquez

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  7. Anônimo12:16 PM

    Fala Man!!!
    Ontem mesmo (31) estava assistindo riding waves, agora cliko aki e putz, o cara é f....ogo, dinamite pura na cultura.Belo coments.
    Abçs, Castro Pereira do sule

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