quarta-feira, junho 30, 2010

Song to the siren

Vestia preto a noite, tinha pouco mais de 16 anos, ja surfava loucamente mas nem sonhava em competir ou ganhar algum com a nova obsessão, comprava e ouvia discos dia sim outro tambem.
Fluminense FM ajudava, e muito, na formação musical, tudo servia se o ouvido aceitasse.
A gravadora 4 AD era uma das prediletas pela esquisitice, no som e nas capas de estetica belissima - um seguia o outro.
This Mortal Coil foi um projeto gravadora com seus musicos mais geniais.
O impacto que teve no pequeno circulo de amigos quando chegou o vinil pesadão, ingles, na Gramophone do Shopping da Gavea foi fulminante e Song to the siren logo tornou-se quase um hino silencioso daquela turma de garotos estranhos que frequentavam praia de dia e um lugarzinho lugubre chamado Ilha dos mortos a noite - era o unico lugar onde tocavam aquilo em alto e bom som.
Passados mais de 20 anos, sou atropelado novamente pela musica fuçando o blogue do aussie Gerry Wedd, escultor e um dos 550 artistas que a Mambo aproveitou o absurdo de talento para vestir gente que gosta de riscos.
Gerry Wedd é fudido mas não é dele que devo escrever.
Song to the siren foi originalmente criada por Tim Buckley, cantor e compositor americano que teve uma curta e intensa carreira, morreu jovem demais, 28 anos e teve atenção postuma causada pelo subito estrelato do seu filho Jeff Buckley, tambem morto demasiado jovem, aos 30 anos.
A letra remete a encantos que, mais tarde fui descobrir no Mar, não são exclusivos das aventuras do Ulisses.
Quem canta é Liz Fraser, cantora dos escoceses Cocteau Twins.



Long afloat on shipless oceans
I did all my best to smile
'til your singing eyes and fingers
Drew me loving to your isle
And you sang
Sail to me
Sail to me
Let me enfold you
Here I am
Here I am
Waiting to hold you

6 comentários:

  1. Anônimo6:05 PM

    tears, just tears... love it

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  2. Julio, quem era essa galera que ouvia isso? Pq lá no Rcreio, idos do 90, eu era o esquisito que surfava e ouvia Bauhausm Joy Division e Iron Mask.

    ABraço

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  3. Anônimo12:30 PM

    Fala Julio!!!!
    Eitcha escriba do mar. Tem umas cositas s/sua persona no castropereira.blogspot.com
    Espero q curtas e de risadas.
    Abçs, Castro do suli

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  4. Visto preto durante o dia, tenho pouco mais de 35 anos, já nem lembro quando surfei a última vez...
    Os Buckley são tipo os Kennedy do rock deprê.
    Valeu Júlio, continue atualizando esta goiaba, a gente paga vc pra isso; abrax @

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  5. Rapaz, que texto bonito do cacete! Puta quil pariu! E eu nem conheço porra nenhuma das referências... little black is fuck

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  6. Parabéns pelo lindo texto, até relembrei momentos que não vivi, ou sim, sei lá, talvez.. acho que minha fase dark não foi tão longe...

    Falando de som e referências ao mar/ondas, me lembrei de uma música do excelente cd do Vitor Ramil com Suzano (fazendo parceria novamente histórica, a la "olho de peixe").

    http://www.youtube.com/watch?v=ckhmKHRg5Xc&feature=related

    Mas eu sigo indo..
    As ondas são caminhos...

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