
O seu correspondente tenta adivinhar quem arrasta o sino em 2010
Despacho 3
Acho que a grande noticia do dia é o banimento da revista Stab do campeonato de Bells.
Fazia tempo queria escrever algo sobre o episodio.
Resuminho>
Sujeitinho detestavel, Charlie Smith passou todo ano de 2009 esculhambando Mick Fanning nas suas historias egocentricas e fantasiosas escritas para a nem tão menos detestavel revista/saite da australiana Stab e da revista americana Surfing.
Esperem, isso precisa voltar ainda mais.
Quem diabos é Chas Smith e por que eu deveria me preocupar com ele ?
Sabem d'onde ele surgiu ?
Nem fazem ideia, não é mesmo ?
Como todo bom suspiro de cafonice que surge na grande rede, hora sim, hora tambem, essa flor (ui!) do jornalismo rosa do surfe desabrochou (ai!) no Twitter, e ainda mais inacreditavel, escrevendo para outra pessoa, no caso aqui, Jamie O'Brien.
O que esperar de alguem que tem seu grande momento tuitando pra terceiros ?
Exato.
Seu humor ofensivo e pretensioso atraiu a turma da Stab que imediatamente o contratou para fazer a cobertura do circuito mundial.
Como disse Nick Carroll, foi a chegada do jornalismo gay ao WT.
Toda preocupação do rapazola era com camisas, sapatos, casacos e penteados.
Artigos inteiros somente para apontar supostos erros no codigo das vitimas da moda e quase nada do campeonato ou dos surfistas.
Chas acha que, ao revelar o quão somos normais e brejeiros estaria nos fazendo um favor- não estava.
Isso ja esta ficando grande demais, não ?
Voltemos ao texto que originou a bagunça.
Depois de passar meses escrevendo que Fanning era a morte do surfe profissional com sua postura, digamos, profissional, Chas resolveu ir até a festa de celebração do titulo do Macaco Albino e cutucar a onça de vara curta, como dizemos aqui (aqui não, lá!).
Para a primeira dama do jornalismo blasé, surfistas deveriam se comportar como estrelas do rock e obedecer aos ditos das revistas de comportamento e moda- Glamour e afetação.
Chegando na festa, Smith foi recebido por Tim Baker, um dos pratos prediletos da Stab. Tim o aconselhou a escrever coisas mais positivas e perguntou, conhece Mick ?
Não ? Então vamos lá, vou apresenta-lo.
O encontro dos dois rendeu um artigo de muito mal gosto e nenhum proposito (exceto auto-promoção) de titulo Fucking Jew.
Aqui faço mais um aparte para lembra-los que sou judeu, um orgulhoso judeu que não esta de acordo com a politica israelense com palestinos, mas antes de mais nada um judeu.
Todo texto publicado na Stab girava em torno da frase que Mick disse ao Dandi Smith quando se encontraram.
Fanning estava bebado e doido pra meter a mão na cara do malandro.
Um dos amigos do campeão mundial retirou Chas da festa antes que o pior acontecesse.
Foi a deixa pros cinco minutos do Charlie Smith e a Stab não perdeu tempo em publicar.
A historia repercutiu e repercutiu mal.
Associações judaicas se manifestaram, Fanning fez um pedido publico de desculpas e a Stab e Chas resolveram explicar o porque da publicação.
Tudo pra consertar um arroubo infanto-juvenil duma alma atormentada.
Resultado: Stab banida do evento de Bells.
Ainda acho que isso merece mais algumas linhas.
Nada justifica a maneira ofensiva que Fanning atacou Chas, apesar de ter ouvido aqui que crianças na escola usam F@#@$ Jew como xingamento gratuitamente.
Aussies são conhecidos pelos seus gigantescos preconceitos, afinal de contas Australia é um dos países que mais crueldade cometeu contra a etnia local, os aborigenes foram quase totalmente dizimados pela ignorancia dos oficiais (e civis) britanicos e australianos.
Racismo aqui na Australia é assunto delicado e hoje em dia é comum ouvir que nesse país não há preconceito.
Basta ler o que escrevem sobre brasileiros e logo percebemos que não é bem assim.