quarta-feira, abril 15, 2009
Praga de urubu não mata cavalo
Andy tem cartas na manga ?
[Tempestade em copo d'agua>Revista Surf Portugal # 188>Novembro 2008]
'Se não me virem mais no circuito é porque achei feclicidade em algum outro lugar que não seja a vitória e talvez essa seja a minha maior conquista.'
Essa estranha e previsível frase foi arrancada de ninguem menos que Andy Irons na primeira entrevista concedida depois do seu misterioso e conturbado sumiço na segunda fase do Quiksilver Pro na França.
Quem fez as perguntas foi Lewis Samuels, um camarada que aos poucos vai ocupando espaços deixados (por falta de interesse ?) por Nick, Derek e Sarge (esse último, uma longa história aguardando por desfecho). Samuels perdeu uma grande oportunidade de espetar a onça com vara curta.
Existe enorme especulação sobre o que aflige Andy, afinal de contas ele está pro circuito mundial de surfe profissional como George Foreman estava para o Boxe quando Muhammad Ali voltou para buscar sua coroa e aqui devemos parar e conhecer um pouco melhor essa história.
Foreman foi um dos maiores pugilistas de todos tempos, campeão olímpico em 1968, depois de vencer na estréia por pontos, nocauteou todos seus adversários até a final, quando demoliu literalmente seu oponente, o soviético Joans Cepulis e correu em volta do ringue com uma bandeirinha dos EUA na mão.
Isso numa época agitada de rebeldia e revolta contra posições políticas americanas, internas (racismo) e externas (guerra do Vietnã) expôs o jovem Foreman, então com apenas 19, de capacho pra baixo.
Tornou-se profissional no ano seguinte e apesar da espetacular série de 34 nocautes em 37 lutas, todos logo nos primeiros rounds, nada fazia Foreman um sujeito popular como Ali ou Frazier.
E Joe Frazier, o imbatível e assustador Joe Frazier, seria o próximo oponente de Foreman.
Ninguem imaginava que Foreman, um lutador poderoso mas limitado poderia derrubar Frazier, o homem que levou Ali à lona. Ali era o Deus do boxe e Frazier com uma tática excepcional conseguiu o que parecia impossível e derrotou Ali pela primeira vez para assombro do público.
Se Frazier tinha um recorde de 29/0 e o escalpo de Ali, Foreman tinha muita vontade e uma direita capaz de atravessar uma parede de tijolos.
O resultado do confronto foi uma sequência de 6 knock-downs em dois rounds até o juiz decidir encerrar a luta para evitar uma tragédia, Foreman era capaz de matar Frazier se aquilo continuasse.
Faltava Ali, que na altura já não assustava tanto mas ainda era Ali.
E veio então a famosa luta no Zaire...
Eu vejo a luz...
Andy tem alguma coisa em comum com Foreman, não pelo passado pobre e difícil do pugilista, oposto da celebrada infância e adolescência dos irmãos Irons.
Nada disso. Falo da vocação para vencer, do temperamento 'caguei para o que voces acham, tô aqui é pra ganhar' e do apetite.
Andy não é muito estranho a quedas. No seu segundo ano de WCT, caiu vertiginosamente dos 44 - coincidentemente no mesmo ano que Slater resolveu, para o bem de todos, abandonar o circuito.
Queremos mais disso
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Fala Julio,
ResponderExcluirLegal a analogia com a nobre arte. Não sei se foi o episódio da bandeirinha foi que atrapalhou a aceitação do Foreman, afinal, na mesma época conturbada para os EUA, o Hendrix tocou o hino em Woodstock e foi ovacionado. Americano, com todas as suas neuras, sabe diferenciar governo de pátria muito bem, sentimento que, se um dia o tivemos, a ditadura nos roubou. Talvez o que faltasse para o George Grill fosse carisma, que é como suingue: ou você tem, ou não tem. Aliás, ele no Zaire não entendia como os africanos podiam torcer para o Ali, já que ele próprio era "mais preto" que o Ali. Mas a garra do "The Mummy" era mesmo muito parecida com a do Andy, foi perfeita a sua lembrança.
Quanto ao Andy, sem querer criar polêmica, acho que ele largou o circuito porque o troço está tão chato que nem os surfistas aguentam mais.
Abração,
Leo Barroso
O cara ta viciado, junto com a mulher dele.
ResponderExcluirmais uma genial tempestade...
ResponderExcluirO wct deste ano é o pior em qualidade tecnica dos ultimos anos...ta chato assistir, realmente Andy faz falta demais ao tour. o CT TÁ CHATO !
ResponderExcluirAssistir :
David Weare,
nathan curran,
Roy Powers;
Bourez;
M. lipke;
Aramburu;
Gudaskas;
davo;
Emslie;
Drew courtey;
tim Boal
Mick picon;
dayan neve;
Jay thompson;
jIHAD;
São 15 surfistas de 44 que dão sono de assistir.
Depois temos uns medianos;
Cambo;
Kai Otton;
Whits;
de souza;
Flores;
reyes;
Perrow;
Ace;
Dingo;
Patachia;
Os quase bons;
hobgoods;
mexicano;
knox;
wardo (na maiorida das vezes mediano
Fico me lembrando da dinal lé mesmo em bells 1994.
1º. Kelly Slater (EUA)
2º. Martin Potter (GBR)
3º. Shane Powell (AUS)
3º. Gary Elkerton (AUS)
5º. Damien Hardman (AUS)
5º. Tom Curren (EUA)
5º. Sunny Garcia (HAW)
5º. Taylor Knox (EUA)
Resumindo, tirando o careca, parko, fanning (sempre igual) taj, e agora o dane rey (este sim a UNICA NOVIDADE)o resto tá chato demais de ver !
O velho caolho visionário do neoprene dever estar em depressão por jogar tudo no Jordy, não o vejo no mesmo nivel da tropa de elite.
Não ter antidoping no surf foi a madida mais acertada em termos de competição!
ResponderExcluircurren;
pottz;
Carrol;
Occy;
Ai;
nao seriam campeões do mundo !
CJ poderia assim ser 10 x campeão do Ct !!!
esta manifestação não é apologia, só MERA constatação.
Realmente existem muitas semelhanças entre Ali/Foreman e Slater/Irons. Muito bom esse texto!
ResponderExcluirMas Foreman procurou sarna pra se coçar.
Assim como no episódio da bandeirinha (mesma olimpíada em que os atletas negros faziam o gesto dos panteras negras), Foreman gerou outra polêmica para o povo do Zaire quando desinformado ele desembarcou do avião com seu amigo fiel, um cão pastor alemão.
A merda é que o Zaire foi colônia da Bélgica e o símbolo da repressão aos atuais congoleses era o pastor belga, muito semelhante ao seu "primo" alemão. Tradição seguida fielmente pelo sanguinário Mobutu.
Isso deixou o povo furioso e extremamente ofendido. Pra piorar Foreman era extremamente sisudo e caladão.
Enquanto isso um ensaidecido Ali chega com a corda toda com piadas, discursos políticos inflamados dizendo que sentia em casa e iria botar o George pra tomar sopa de canudinho.
Foi o bastante para o povo ir ao delírio e pedir a cabeça de Foreman.
Eu tenho esse livro, "A Luta"... Seria o Júlio o nosso Norman Mailer?
ResponderExcluirA comparação é boa, mas AI é um menino mimado afundado em excessos até o nariz...
Tem uma cena do "Blue Horizon", do mestre McCoy, que exemplifica bem isso:
Kelly "Ali" perde a final do Pipe Masters e o título daquele ano (2003) e é consolado pela namorada havaiana...
Andy "Foreman" vence a etapa e o WCT e o seu técnico-puxassaco segue atrás dele e segura sua camisa suada quando ele vai tomar banho...
Fala sério!
***
Mas melhor ainda que comparar Slater c/ Ali foi a epifânia que levou algum gênio a batizar Occhilupo de "Raging Bull" no início da carreira... A semelhança entre a trajetória de Occy e a do Jake La Motta é perfeita... Ascenção e queda - e no caso do Occy, renascimento e aposentadoria rentável, luxos que o "Touro Indomável" original não teve.
A propósito, a modelo da foto é a mulher dele?
ResponderExcluirViva Las Vegas...
Tão bom esses comentários, hein? Mais queijo que os goiabas estão afiados. Deve ter sido essa semanada de ondas quadradas em tudo quanto é buraco!
ResponderExcluirMais um belo texto Julin.
MB
Acho que há um grande diferença entre o gesto do Foreman e do Jimi.
ResponderExcluirQuando Hendrix tocou o hino americano em Woodstock ele mostrou para os EUA e o mundo que a pátria era uma só e que a América pertencia tanto aos racistas caretas quanto aos freaks maconheiros e pacifistas. Vejo que aquilo foi o marco zero, quando a juventude incorformista começou a perceber que era grande e poderia fazer a diferença para transformar os EUA e o mundo.
Eles se tocaram e chegaram a uma conclusão do tipo "pera aí, eu sou tão americano quanto aqueles que me criticam e existem milhões igual a mim e pensam como eu penso. Humm podemos fazer a diferença!"
Já Foreman se enrolou na bandeira americana na mesma olimpíada em praticamente todos os atletas negros protestavam contra o verdadeiro apartheid que ainda existia nos EUA.
Ao mesmo tempo em que outros grandes atletas mostravam sua fúria e inconformismo ao mundo inteiro, um George Foreman se alinhava ao establishment de um governo racista e belicista. Não digo que ele fez aquilo pensando nisso, provavelmente ele foi inocente no gesto da bandeira. Mas aquilo pegou muito mal e foi usado como propaganda por aqueles que estavam no poder.
É mesmo Maurio, com as ondulações vieram bons textos e comentarios por aqui. E olha que a previsão das ondas promete mais ação.
ResponderExcluirOs boatos sobre a loucura do Andy Irons são mesmo verdade, ou virou gay, com uma mulher dessa, vestida desse jeito e o cara tá jogando carta e falando no telefone, com cara de sono e tédio???
ResponderExcluiruma gostosa dessa bagunça a cabeça de qquer um...dizem q é ela (danada) e a maldita poeira boliviana q estão incomodando esse sortudo jovem, espero q ele não bote tudo a perder!!!
ResponderExcluirFalar de mim é fácil, difícil é ser EU.
ResponderExcluirFui!
O Andy tá jogando carta c/ essa gostosa linda de lingerie porque cheirou tanto que ficou broxa...
ResponderExcluirInsatisfeita, a gata já tá dando mole pro fotógrafo...
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