terça-feira, dezembro 06, 2005

Palavras na rede

'O Brasil tem muitos escritores. Já teve um poeta em cada esquina, mas agora são os prosadores que tomam conta do país. Em geral, não são bons. Quando muito, são medíocres. Vendem pouco ou nada, geralmente nada. As estantes das livrarias estão abarrotadas de títulos que não dizem nada a ninguém. Mesmo os publicados pelas grandes casas editoriais são passíveis de severas críticas. Por uma peneira mais fina, quase ninguém passa.

Confesso que me tornei um neófobo. Durante muito tempo procurei no imenso palheiro da literatura brasileira um único bom escritor novo. Ligava para as editoras fazendo o que poucos jornalistas fazem, isto é, pedindo lançamentos de escritores novatos. Naquela época, eu acreditava que era possível encontrar vários gênios à margem do self-marketing. Como resultado dessa peregrinação, retornei aos clássicos.'

Paulo Polzonoff Jr.
(retirado do blog do Digestivo cultural)

4 comentários:

  1. Anônimo4:53 PM

    Júlio, primeiramente gostaria de parabenizá-lo por seu blog, que é diferente de todas as publicações de surfe que já li. Aponto essa distinção porque nele não são abordados apenas temas do universo do “surfe de competição”. Aliás, algumas das questões aqui tratadas passam à margem de nosso esporte, levando ao surfista informações alheias a seu mundo, as quais, muitas vezes ele não tem curiosidade ou iniciativa de buscar.

    Vejo em você um traço que não é comum em nosso meio e que o diferencia daqueles que se contentam com a mediocridade, o interesse pelas manifestações culturais – emprego esse termo em sentido amplo, englobando desde o “way of life” do surfista até a literatura.

    Quanto ao texto publicado, de fato há muita besteira sendo lançada no mercado literário. Esse, porém, não é um problema estritamente brasileiro. Isso fica constatado se levarmos em conta que Paulo Coelho é o segundo escritor que mais vende no mundo.

    Felizmente ainda existem autores que honram a boa produção literária, como é o caso do filósofo Olavo de Carvalho, que é imperdível pra quem gosta de bastante reflexão (em boa parte de suas obras, ele demonstra como a “consciência coletiva” impede o indivíduo de pensar).

    Olavo, que também é jornalista, foi cronista das maiores publicações impressas do país (O Globo, Época etc), delas sendo expurgado por conta de descaradas perseguições políticas. Entre os admiradores de seus trabalhos, figuram Jorge Amado, Arnaldo Jabor e Roberto Campos.

    Se você ou qualquer outro surfista-internauta tiver interesse, boa parte da produção literária do referido autor pode ser encontrada na página www.olavodecarvalho.org (não deixe de ler a série “pensamento e atualidade de Aristóteles”, que integra o Seminário de Filosofia).

    Abraço.

    Luiz Mendes – Santos/SP

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  2. Salve Luis,
    fico grato pela mensagem, logo do único texto que vale leitura no Uêivis - exceto tambem os do Juninho, sempre bons, mas raros.
    Quanto ao Repolho de Carvalho, prefiro que nome como este não frequente esse blog.
    O pouco que consigo enxergar na superfície do Repolho de Carvalho é suficiente para abominá-lo.
    Sua luta contra Gramsci seria cômica se não fosse trágica.
    Sou admirador do Fausto Wolff, uma espécie de anti-Repolho.
    Vamos deixar esse papo de astrologia pra lá.
    Abrazzo
    Julio

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  3. Anônimo5:12 PM

    Júlio, foi mal ! Prometo não citar mais o nome do “Repolho” no seu blog, rsrs.

    Mas ainda que por mero amor ao debate ou mesmo para ratificar aquilo que você já pensa sobre ele, vale a pena dar uma lida na apostila “Pensamento e Atualidade de Aristóteles” do Seminário de Filosofia, contido no site que mencionei na postagem anterior.

    Esqueça as discussões político-ideológicas sobre esquerda, direita e liberalismo, tais questões costumam ser por ele tratadas nas suas publicações em periódicos. Penso que temas ideológicos são insolúveis, pois a ideologia é como um campo de força que envolve a visão – o indivíduo que manifesta alguma ideologia só enxerga as coisas que ela permite ver, ou seja, vê todos os fenômenos da vida sob a ótica dela.

    A despeito de eventuais debates políticos travados pelo citado legume, é de se reconhecer a qualidade científica do trabalho dele, que é profundo conhecedor da filosofia grega – para meu pai, que além de devorador de livros de filosofia, antropologia, sociologia etc, há 30 anos é professor de Teoria da Comunicação e de Semiótica em algumas das mais respeitadas faculdades de comunicação do país, é o maior deles. Veja, só exemplificando, não concordo com absolutamente nada do que diz a filosofa uspiana e petista Marilena Chauí sobre política – aquela que afirma que “a crise é um produto da mídia” –, mas ainda sim a respeito pelos trabalhos eminentemente técnicos que escreveu no passado.

    Em relação à astrologia também não nutro nenhuma simpatia. Aliás, nunca acreditei nos astros. Porém, comecei a entender que o estudo dela é necessário quando se busca, à luz da semiótica, algum conhecimento sobre as culturas das civilizações antigas. Afinal, elas todas só podem ser compreendidas se desvendados os significados dos símbolos que seus membros adotavam para se comunicar. E a astrologia, como se sabe, estava presente em termos quase absolutos. O mesmo vale para a Religião.

    Mas voltando ao texto – que é muito interessante – o autor evidencia como o legado de Aristóteles, mais de 2400 anos após sua morte, ainda não foi totalmente exaurido. Ele ressalta que a principal idéia de Aristóteles, a organicidade da disciplinas científicas, que foi perdida no tempo e ressurgiu nos séculos passados, é a direção para onde, hoje, a ciência despende seus esforços – isso que é vanguarda.

    Bom, Júlio, agradeço pela atenção. E, como sou um visitante educado, não citarei mais o nome do “repolho”, rsrsrsrs.

    Ó o swell chegando. Boas ondas aí no Rio. Aqui, infelizmente tenho que surfar na lama gorda.

    Abraço,

    Luiz Mendes (Santos / SP).

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  4. Esse polzonofe também não escreve bem. Diria até que é um frustrado. Arriscaria dizer que é um diogo mainardi da vida.

    Além do mais, criticar a nova literatura e terminar o texto dizendo que voltou aos clássicos chega a ser um clichê de tanto que esse recurso (?!?!) já foi usado blogs afora.

    Tem muito gente boa e nova por aí sim. O problema é que o Polzonoje almeja ser um escritor. Geralmente escritores não gostam do que outros escritores escrevem. É fato.

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