sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Um curva pelo touro (1964)
Fazemos assim:
As meninas não gritam e os meninos ficam quietinhos, no fundo da sala, prestando atenção na aula.
Tio 'Da Bull' ensina que sapo de fora não chia ou muito riso pouco sizo, dependendo da atenção do leitor.
300 anos antes da C.O.B.R.E.L.O.A (confraria dos bigui raiders aposentados e simpatizantes) inventarem Maresias, Jet skis e a camera digital, eu dizia, naquele pedacinho de costa onde consiste o milagre das sete milhas (algo em torno dos 11,265407958 metros, queiram crer, caríssimos leitores) em Oahu, a rapaziada partia pra dentro sem muito estardalhaço, como sempre fez Rodrigo Resende onde quer que fosse - no braço.
Os bons velhinhos, Noll, Grigg, Galanto, Stang, estão todos na faixa dos 70.
Galanto, menos conhecido deles, tomava conta da loja do Greg Noll no North Shore e shapeava armas para caçar eefantes brancos.
Grigg, todos sabem, obviamente, foi o surfista que deixou toda comunidade de queixo caído quando, sem surfar no North Shore por dois anos inteiros (terminava seu curso de oceanografia em La Jolla) venceu incrivelmente o Duke Contest em Sunset clássico - justamente no dia que Herbie Fletcher, pai dos garotos que tanto aparecem na revista, mal conseguia andar de tão chapado de LSD que estava.
Stang, faltam-me palavras, ou melhor: Waimea e não falamos mais disso.
Esse pedacinho de filme aqui embaixo é do Blue Surfari, filmeco do Milton Blair (não perguntem quem é) que comprei no Ebay dum camarada que coleciona velharias e as vende por módicas 10 Verdinhas - vale por ter as valiosas camêras do Ron Church, Jim Freeman e, brincadeira, diria o Canhotinha, Bud Browne.
Noll escreveu assim [ In a twenty-five-foot wave at Waimea, the shoulder drops off. The wave I caught at Outside Pipeline that day walled up twenty-five-feet high about half a mile in front of me. It broke to the left, so I was riding with my back to the wave, goofyfoot, and it was a god-awful uneasy feeling. Instead of getting smaller as I rode it, the sonofabitch grew on me. It got bigger and bigger, and I started going faster and faster, until I was absolutely locked into it. I felt like I was on a spaceship racing into a void. At first, I could hear my board chattering across the face of the wave in a constant rhythm. As my speed increased, the chattering noise became less frequent. Suddenly there was no noise. For about fifteen or twenty feet, I was airborne. Then I literally was blown off my board.]
Esse dia ficou famoso pela foto/ícone do Greg Noll na praia, prancha ao lado, sozinho com seus demônios antes de enfrentar o outside reef de Pipeline (como bem lembrou nosso fiel leitor Paulo Ganso, local full blast do P5).
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Caracole!!! È o vídeo do ano com certeza!! Já ganhou o Oscar!! Mas afinal que ano?
ResponderExcluirShow!!
1964, filho, 1964.
ResponderExcluirTa no link.
John Severson imortalizou o instante do confronto:a foto/quadro clássica de Greg Noll encarando o desafio em Pipeline, 1964. E que define o próprio Greg Noll!
ResponderExcluirA mesma que é o fundo de tela inteira aqui do meu computador, tirada diretamente do site do John Severson, a anos.
Isto não têm nada a ver com hedonismo, com soul surf, ou pro surf...
É só surfe... pura e simplesmente! E vontade e disposição!
surfe de macho diga-se logo.
ResponderExcluirpipeline tamanho XXL com um toco de mais de nove pés, sem cordinha, sem jet ski, sem helicóptero pra te salvar. no peito e na marra.
e o melhor de tudo: comentado de graça, contextualizando a cena, os personagens, com audio e vídeo, na sala de casa, direto de 1964.
viva o goiabada!
marcelus
Muito culhão mesmo pra encarar uma situação que ninguém tinha ainda tinha tentado. Comparo um sujeito desses a um astronauta...
ResponderExcluirQue Céu na Terra o North Shore devia ser nessa época.
ResponderExcluirO foda eram os tocos e a falta de cordinha...
Nem 8, nem 80.
ResponderExcluirATUALIZA.
ResponderExcluirATUALIZA.
ATUALIZA.
ATUALIZA.
ATUALIZA.
ATUALIZA.
ATUALIZA.
ATUALIZA.
BLOG MENSAL?
ResponderExcluirSugestão de Pauta: A bateria garfada do Léo Neves contra o Parko, onde este disse não saber como tinha tirado um nove.
ResponderExcluirSugestão de Pauta 2: Festival Ruído
3: Isqueitão
4: Joost
5: Tem tanta coisa...
Tudo bem, pode ignorar as sugestões mas talvez seja melhor do que só botar "atualiza". O melhor da internet é a interatividade. Uau!
GARFADA ABSURDA! NEVES DISTRUIU
ResponderExcluirLeo abusou dos artifícios adolescentes enquanto Parko levou a sério desde o primeiro minuto e desenhou a parede como surfista de WCT que é.
ResponderExcluirPressionado, Léo surfou os últimos minutos feito homem e abriu mão das ridículas desgarradas que são solenemente ignoradas pelo juri, porque frouxas.
Um camarada com o talento e o peso do Léo não deveria perder tempo com aquele surfezinho de circuito brasileiro.
Raoni, por outro lado, mostrou como se enterra a borda de jeito.
Léo ainda vai aprender a não desperdiçar seu valioso tempo com truques.
Falei ?
respeitosamente NÃO concordo. Foi na faca mesmo...
ResponderExcluirEmbora reconheça a derrota do Léo pro Joel, não concordo com a ideia de que ele usou artifícios adolescentes. As "ridículas desgarradas" fizeram o Kelly compará-lo a um Pancho Sullivan.
ResponderExcluirO que me parece ter prejudicado o Léo Neves foi o jeito um pouco troglodita de surfar. Vai ter que dar uma polida na linha e tirar um tanto da força bruta para ser bem avaliado.A sutileza do Parko é algo fenomenal: faz o difícil parecer fácil. Ao contrário do LN, que ao fazer manobras difíceis dá mostras do quanto ele se esforça para implementar a manobra.
Afinal, a foto do Greg Noll foi em Makaha ou Pipeline. Sempre achei que fosse Pipe, mas alguns veículos conceituados de comunicação do meio do surf conseguiram me deixar em dúvida. Agora volto a ter certeza quase absoluta de que foi em Pipe.
ResponderExcluirAlguém esclarece com propriedade?
Valeu
Pipe!
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