domingo, julho 30, 2006

Machado



Bob fez de novo.
Com dois resultados apenas, ele tem 4000 pontos.
Eu gostava de apostar duzentas pratas numa volta raivosa ao WCT, mas creio ser pouco provável.
Impressionante é a força da imprensa americana empurrando Mike Losness, uma das maiores fraudes da história recente do surfe mundial, para um terceiro lugar em evento de tamanha importância.
Michael Campbell, um leão, volta aos 44 sem a menor sombra de dúvida, num retorno tão admirável que só perde para a irresistível volta do Neco.
Neve, Kling, Basnett e Kerr despencam nos próximos eventos.
Levanta o dedo quem não queria ver Machado perdendo cabelos na Europa e Japão.
Mais uns dois ou tres campeonatos de 4, 5 ou 6 estrelas, Bob voltava ao círculo dos vencedores, de onde nunca deveria ter saído.
Ribas, Perrow, Léo Neves, Pigmeu, Marcondes, Beven, Rebiere, Dunn, Saca e Luke Munro garantem a vaga na Europa.
Cuizon, Treko, Gouvêia, Powers, Drew, Bacalso, Dornelles, Pedrinho e Centeio são perigo eminente.
Uma coisa que me chama muita atenção é que o US Open tem tradição mas raramente ondas boas, jamais ondas perfeitas, no entanto goza de um prestígio difícil de engolir.
Quando se referem ao Brasil, a gringalhada lembra constantemente das nossas péssimas ondas, por vezes ridículas, como se fosse privilégio das águas brasileiras.
As ondinhas do Japão e Califórnia não são questionadas pelo poder econômico, pois não ?
Segundo fontes do mercado, nosso mercadinho de merda gira uma nota preta digna de voz em reunião anual das cinco grandes, mas falta culhão para levantar o dedinho e apitar.
Aqui no Bananão, a Reef vende mais calçados do que em qualquer outro lugar do planeta.
Nossos números são assustadores.
O problema é que a grande maioria é tão subserviente que, tomada pelo temor, prefere ficar de quatro e garantir a mesada dos patrões do que discutir a relação.
O mercado tupininquim definha, magro e fraco, alimentando a mão que nos estrangula, refletindo a inustiça social que permeia o país onde o dinheiro escapa entre os dedos.
Ondas ruins no Brasil são quase um mantra da imprensa, daqui e de lá, adestrada pela grana que jorra dos bolsos que não falam português - e repetido pelos nossos mais obedientes, e influentes, servos.
Quanto menos amor próprio, menos exigências, certo Biscoito ?
Gastemos, sem medo...
Portugal, que tambem divide conosco a desvantagem de não falar, nem escrever, inglês, sofre com o pouco caso da ASP e cia, apesar das ondas excelentes.
Mas afinal, o Bob volta ou não volta ?