quinta-feira, setembro 08, 2005

Joe Louis

Surf Portugal – Maio/2005


O americano Louis, de pé, Max Schmeling, alemão, de quatro. 22 de Junho de 1938, meses antes de estourar a segunda grande guerra - um negro nocauteia a maravilha branca do nazismo numa das 5 maiores lutas de todos tempos.



A terceira esposa de Joe Louis conta uma história engraçadíssima sobre um dos maiores boxeadores que jamais existiram.
Diz que, aposentado, Joe gostava mesmo era de assistir TV e jogar golfe com amigos, assim esgotou um fortuna que nos dias de hoje seria algo em torno de 300 milhões de Dólares.
Voltava ás vezes eufórico: ‘querida, hoje consegui finalmente! Passei anos jogando golfe e só agora descobri meu erro.’
No dia seguinte entrava furioso em casa, atirando os tacos no chão:’ nunca mais jogo essa merda!’, vociferava.
‘Mas querido, ontem voce tinha descoberto o segredo…’ amenizava a madame Louis.
‘Tinha, mas não guardei…’ respondia amargo o gigante que destruiu parte dos preconceitos que a América da primeira metade do século 20 ostentava sem vergonha, como ainda o faz hoje com Baby Bush.
Ninguem defendeu tantas vezes o cinturão de campeão mundial dos pesos pesados quanto Louis: 25 vezes.

Andy aproxima-se do seu quarto título e se nada errado acontecer nos próximos 5 ou seis anos, ainda ganha mais dois ou tres – ultrapassando Mark Richards e, quem sabe, igualando Slater.
A imprensa animada com as possiblidades de quebra de recordes, anuncia aos quatro ventos que essa geração de surfistas não tem paralelo na mitologia do surfe.
Minha dúvida é se, na mesma situação de hoje, tudo não passa de uma hipótese, os maiores de ontem não seriam tão grandes quanto nos fazem parecer esses que aqui estão.
Por exemplo: Tom Carrol num circuito mundial com etapas em Teahoopo e Cloudbreak- teria rivais ?
Curren em Jeffrey’s e Superbank.
Occy ainda ganha, com quase 40 anos!
Michael Peterson, Rabbit, Shaun, Lopez, Bertleman, Kealoha em condições ideais não seriam os Fannings, Parkinsons e Irons que hoje admiramos ?

Slater dominou o circuito enquanto seus adversários se conformavam em admirá-lo como maior surfista de todos tempos, fora Pottz e Kong que relutavam em aceitar a majestade sem lutar até o último minuto, última gota de suor.
O bom mocismo casado com um discurso afinado de que ‘tudo era diversão’, matou as chances duma geração genial mas pouco competitiva: Machado, Dorian, Knox, Kalani, Willians…
A chegada do video-maker Taylor Steele com sua fórmula anti-competição (nunca mostrava imagens de campeonatos), ajudou a empurrar uma estranha noção de que o mais importante era ser o segundo melhor, assumindo que o reinado d’el Rey Slater era vitalício.
Portanto, nessa nova ordem a hierarquia era ordenada pela exposição, menos do que pelos resultados, sempre alardeados como injustos com quem não aprendia as regras do jogo – para Slater era sempre justificado.
Andy e Bruce Irons, juntos com Chris Ward, não eram bem-vindos na patota do Steele por não se enquadrarem no molde ‘limpinho’ que pregavam, sem drogas, sem alcool e sem brigas.
Os tres brigavam, bebiam e drogavam-se como se não houvesse amanhã, até que o Deus Mercado impôs ao chefe da Poor Specimem que aceitasse os proscritos e lucrasse com isso.
Morte ao Momentum, entra o Campaign, muda a receita mas o gosto é o mesmo.
A principal diferença da nova geração que domina o circuito mundial em 2005 é a competitividade e não a genialidade.
O fato do Parko não admitir que Andy ganhe tantas vezes, do Fanning não se derreter por Bruce ou Wardo não aceitar que Slater é imbatível, exatamente como nas gerações anteriores: Nat e Nuuhiva, MP e Rabbit, MR e Cheyne, Curren e Carrol, Occy e Curren.
Rivalidade.
Slater não teve rival.
Beschen foi o único que teve coragem de contestá-lo mas sua abissal distância em talento o limitava demais enquanto a imprensa americana tentava nos fazer acreditar que Beschen era mesmo candidato.
Se Machado fosse mau-caráter ganhava um ou dois títulos.
Os australianos que ameaçavam o trono estavam muito bêbados comemorando a vida que nem se importaram com tudo.
Egan, Hoy, Powell, Rommelse e o melhor deles, Hering, distraídos com tanta mulher, ondas e cerveja, aceitavam contrariados e, junto de Garcia, torciam por um descuido de Slater para o empurrarem escada abaixo.
Depois de uma década e meia, KS encontra nos novos garotos da ASP a mesma resistência que teve em Hardman, Elkerton, Lynch, Macauley e Potter, só que todos em início de carreira, com salários tão milionários quanto o seu, sem nenhum complexo de inferiodade, nem inveja, sem segredos.

10 comentários:

  1. Anônimo4:30 PM

    Pode até ser igenuidade + teimosia minha, mas sou mais o Slater que qualquer Irons ou Parko.

    Abs,

    Brunin.

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  2. Anônimo12:07 AM

    Muitas verdades, mas na foto, o cara em pé é branco.
    Sobre os mandantes atuais, em referência a Surfing #400 cujo título é 'generation now'. Daqueles ali, os completos são os Irons e os Hobgoods, sendo estes últimos mais ou menos.

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  3. Anônimo12:11 AM

    Olhei de novo a foto e digo que me enganei. Pela iluminação até parece que o camarada é branco. Mas notando-se asfeições e tambem reparando no cara deitado pode-se ver o que o Julio disse anteriormente. Perdão.

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  4. Anônimo9:53 PM

    caramba! isso que é educação hein?! se retratar por menor que for o erro, é digno de enaltação.

    recruta zero

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  5. Anônimo10:17 PM

    o mais impressionante não é a educação é a ignorância...

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  6. Anônimo3:05 AM

    São apenas delírios de um velho bêbado.

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  7. Anônimo12:05 AM

    Será que Slater enxergava adversários?

    Será que enxergavam Slater como adversários?

    A gaivota ferida, o touro indomável, Curren, Dora....

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  8. Anônimo8:08 PM

    Sei não... Mas nunca esqueço de Shaun Thonson em Off the Wall e
    J-Bay, acelerando inside, lá dentro!!Do Buttons dropando de base trocada entubando, trocando de base novamente e dando uma paulada na espuma, em um cutback perfeito com uma tabla verde,Ala Moana? Barton Linch deslizando dentro de cilindros transparentes em Off the Wall ou Back Door? de layback, com aquelas Alohas envocadas, Ronnie Burns em Bali, "THE UNTOUCHABLES" no fundo...Richard Cram em Sunset, Bobby Owens também em Sunset "Lingthing Boat", era incrivel parecia coisa de outro mundo... larry Bertleman em V-land, Kealoha, "Chera Rola", Willy "Morra", Hans Hedman e muitos outros...O surf hoje está alucinante mas o power surf, me desculpem permanecerá com a gerações passadas, desde Anderson até Occy passando por Horan, CARROL,(ESSE, NEM SE FALA)! Potz,kong,RCJones, Hardman, Glen Winton, Egan, Garcia, Os irmãos Ho, Rabbit, Joey Buran? Porra... foi mal... sessão nostalgia!

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  9. Nostalgia cega, tenha cuidado.
    Olhemos pra frente, pra cima, pros dois lados, esquerda e direita, para podermos enxergar um palmo adiante.

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  10. Anônimo8:02 PM

    vcs nao devem nunca esquecer aquele que por louis é o boxeador mais corajoso que ele ja enfrentou james jimmy bradock que foi inspiraçao pra mais de centenas de cidadoes americano ^^

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