domingo, maio 08, 2005

Ei, ei, ei, Mellin e nosso rei

Não tinha mesa vazia vazia no baixo-gávea neste domingo depois de anunciado o prêmio de melhor filme (na verdade, um vídeo, ou DVD, no máximo) para Sambatrancerock'nroll do mestre em vídeo e aspirante a cineasta Rafael Mellin.
Posso afirmar sem cerimônia que os Cambitos, obscura série de vídeos de surfe realizadas sem um centavo e vista por meia dúzia de gatos pingados em um país devastado pela falta de bom senso- dizia eu que Mellin era um desses gatos pingados e que o esforço não foi em vão.
Hoje, diante do último suspiro do Taylor Steele, do artismo em super-8 do Halsband, da obra de arte do Thomas Campbell, prevaleceu a criatividade do brasileiro - e lá estava tambem o Fábio Fabuloso, em competição.
A mais vendida vai dar sua notinha de praxe, fotinho e texto sucinto, fingindo que nem é com ela.
As outras, nem isso, porque o vídeo traz o logotipo da rival estampado, donde se conclúi que nunca existiu...
Os saites, todos alinhadinhos, usarão sua poderosas ferramentas de copiar e colar, tradutor onlaine e pimba na gorduchinha! é disso que o povo gosta.
Mellin ganhou um WCT do gueto dos filmes de surfe.
Talvez, isso é questionável, o prêmio da Surfer (completamente voltado para produção americana, com poucas exceções australianas) seja mais importante pelo prestígio, mas um festival exclusivo com filmes de surfe de todo mundo como o de Saint Jean de Luz não há.
A porta do mercado europeu está aberta.
A notícia é muito boa, mas a quantidade de gente que consegue enxergar um palmo à frente parece se multiplicar nas redações (é possível que ganhe destaque a novidade que shaper esquecido cursa cinema e promete filme, ou Big rider entuba puxado por jet novo em folha), Rafael, assim como Pigmeu, caminha silenciosamente ladeira acima.
Taylor Steele assistiu Lombrô 3 e confessou que gostaria de poder fazer um filme como aquele com os brasileiros.
Nossos escassos títulos são infinitamente melhores do que a grande maioria de lixo despejada nas prateleiras das lojas de surfe.
O complexo de vira-latas impede os barões da informação a reconhecerem isso, mentindo descaradamente que estamos atrás do tão celebrados 'gringos'.
Bacana mesmo, diferente, porreta, é feito ao norte daqui do Bananão.
Dá um orgulho danado ver um brasileiro de 25 anos ser comprimentado pelo Jeff Hakman, 57, e escutar:
'Teu filme é dos mais fudidos que já assisti em 45 anos de surfe!'


Mr Sunset e Mellin, Mr DVD

3 comentários:

  1. Anônimo5:29 PM

    Não que seja necessário ganhar festivais para merecer respeito (bom, para muitos precisa sim), mas foi a notícia do mês!

    Abs,

    Bruno Natal.

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  2. Anônimo3:14 PM

    É isso, prova que a semente foi bem plantada desde os "cambitos" para que o Mellin chegasse a um auge ainda longe de seu própio auge pois com 25 anos a penas, ainda vai dar muita alegria criativa no nosso tão grande pequeno mundinho de surfe.....

    PS:E de que importa a mais lida ou mais blá blá blá se como o própio JH disse o que disse...???

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  3. classe AAA!

    O Mellin merece, e o Brasil merece.

    Temos, criatividade e muito sambatranceerocknroll no pé!

    parabéns!

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