Era verão de 1993, a estrada que corta a Califórnia levava tanto sonho, tanta fantasia, que volta e meia eu me perdia.
E justamente quando me perdia é que achava as lojinhas de CD usados e passava umas boas horas futucando, dedilhando...CD por CD, fita por fita.
Não podia ver o precinho US$ 0,99 que levava - só de raiva.
A turma que trabalhava no caixa já me conhecia, eu era o psicopata que deixava horas dentro da loja e em troca arrematava todo lixo que ficava empilhado nos fundos de cada estabelecimento.
"Quanto é ?"
"53 Dólares, senhor."
"Tá aqui..."
"Algum para presente ?"
"Não, não..."
"Todos os 18 ??"
"Sim..."
"Voce deve gostar um bocado de música."
"....!?!..."
"De onde voce é ?"
"Rio de Janeiro, Brasil, conhece ?"
"Já ouvi falar...lá ainda não tem CDs ?"
"Tem, mas são uma baba...!"
De volta pro carango, sintonizo na KCRW e ouço o melhor programa de rádio desde que acabou a Fluminense, Morning Becomes Ecletic, uma entrevista maravilhosa com um dos camaradas que mais admirava, e admiro, no meu limitado universo musical: Karl Wallinger.
Ex- Waterboys, banda que fez a cabeça dos oitentinhas com o hit "The whole of the moon", Karl largou tudo e criou o World Party, uma espécie de Tom Petty açucarado com Beach Boys, se me permitem a brincadeira.
As letras de Karl no World Party valem uma pesquisa na rede e, quanto à entrevista dele na KCRW, foi inesquecível, principalmente a participação dos ouvintes.
Experimentem os arquivos da KCRW.
É uma delícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Diga lá...